domingo, 18 de janeiro de 2015

''LIVRE'', DA CHERYL STRAYED

Título original: Wild
Ano de lançamento: 2012
Número de páginas: 373
Editora no Brasil: Objetiva

Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, aos 26 anos, sem nada a perder, tomou a decisão mais impulsiva da vida: caminhar 1.770 quilômetros da chamada Pacific Crest Trail (PCT) – trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, do deserto de Mojave, através da Califórnia e do Oregon, em direção ao estado de Washington – sem qualquer companhia. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. Mas ela guardava uma promessa - a promessa de juntar os pedaços de um vida em ruínas.
 '' Imediatamente eu procurei a palavra STRAYED no dicionário e soube que ela seria minha. Suas definições sobrepostas se referiam diretamente a minha vida e também soavam como poesia: desviar-se do caminho certo, afastar-se da rota direta, perder-se, ficar louco, ser sem pai nem mãe, estar sem casa, perambular sem rumo a procura de alguma coisa.''

O contato de Cheryl com a vida selvagem tem antecedentes. Ao completar 10 anos, sua mãe casou-se com Eddie, um carpinteiro trabalhador e amável, que levou sua família para morar numa casa rústica de madeira de sucata, construída por ele num pequeno lote de 40 hectares de terra na área rural de Minnesota. Não havia eletricidade, água corrente, telefone nem banheiro interno – nada, entretanto, que se comparasse ao que enfrentou na caminhada solitária em que se deparou entre ursos, cascavéis e pumas ferozes, sofrendo todo tipo de privação. Como se não bastassem a exaustão, o frio, o calor, a monotonia, a dor, a sede e a fome, Cheryl tinha ainda que enfrentar outros fantasmas que a assombravam.

''Eu tinha muita dificuldade em acreditar nas coisas, mas também tinha a maior dificuldade em não acreditar. Era tão curiosa quanto cética. Não sabia onde colocar a fé, se é que havia tal lugar, ou mesmo qual era o significado preciso da palavra fé em toda a sua complexidade. Tudo parecia ser possivelmente poderoso e possivelmente falso.''

''Livre'' se tornou um dos melhores livros que li nos últimos meses - algumas passagens dele me fizeram chorar - confesso. Cheryl escreve com uma sensibilidade incrível e é impossível não se emocionar com o relacionamento entre ela e a mãe ao longo dos anos.

O filme (lançado no Brasil em Janeiro de 2015) mostra apenas os ''melhores momentos'' dessa longa jornada de Cheryl - alguns personagens e passagens acabaram ficando de fora. Mas ainda sim, o filme conseguiu duas indicações ao Oscar 2015 - na categoria de ''Melhor Atriz'' para a protagonista interpretada brilhantemente pela Reese Witherspoon e de ''Melhor Atriz Coadjuvante'' para a atriz Laura Dern, que interpreta a mãe de Cheryl no longa. 





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