terça-feira, 19 de maio de 2015

''MAX E OS FELINOS'', DE MOACYR SCLIAR

 Nacional
Ano de lançamento original: 1981
Número de páginas: 121
Editora no Brasil: L&PM Pocket

O livro nacional ''Max e os Felinos'' foi lançado originalmente em 1981, eis que 21 anos depois foi lançado no meio de uma polêmica sobre plágio. Isso tudo, após o lançamento do livro ''As Aventuras de Pi'' do canadense Yann Martel em 2002, que teria se ''inspirado'' na obra de ''Max e os Felinos'' para criar a base de seu texto. Comecei a ler esta obra de Moacyr Scliar com muita curiosidade, pois sou apaixonado pelo filme ''As Aventuras de Pi'' - embora ainda não tenha lido o livro para trazer aqui mais comparações. Mas afinal, ''Pi'' e ''Max'' são mesmo MUITO parecidos?

Max é um jovem rapaz alemão que passou a vida toda vivendo sob a autoridade do pai, que tinha uma loja chamada ''Ao Tigre de Bengala'', onde a atração principal era um tigre empalhado que ele próprio caçara alguns anos atrás. Max sempre teve medo daquela imagem do tigre.

Ao fim dos dezenove anos, Max começa um relacionamento com uma mulher chamada Frida, casada com um nazista que tem uma amizade com um comunista, isso coloca o jovem Max num fogo cruzado pelo regime nazista, o que o obriga a fugir para o Brasil dentro de um navio quando seu relacionamento é descoberto.

Este navio está transportando vários animais para a América, e após uma tempestade, o navio naufraga, deixando o jovem Max preso dentro de um pequeno escaler na companhia de um jaguar.

Foi a partir desta ideia, que pertence ao capítulo ''O jaguar no escaler'' que Martel tirou sua inspiração para ''As Aventuras de Pi''. A jornada de Max não é tão longa quanto a de Pi, e aqui o jaguar possui outro significado - interprete como quiser, eu mesmo acredito que seja uma metáfora ao medo do nazismo. A partir daí, Max tem que aprender a conviver com o jaguar, que passa a maior parte do tempo faminto.

Mas as semelhanças terminam aí, quando Max chega à Porto Alegre a história toma outros rumos - sobre fantasmas do passado que ainda o atormentam. Não contarei mais do que isso para não estragar o final do livro.

A edição de bolso lançada em 2009 traz uma introdução de 50 páginas falando sobre o polêmica do plágio e o ponto de vista do autor, que decidiu não processar Martel, alegando ter sido apenas uma ''forma de inspiração''. Enquanto ''Max e os Felinos'' foca no nazismo, na ditadura e no medo do passado, ''As Aventuras de Pi'' é mais centrado no lado espiritual e na superação de si próprio. Apesar de começos e meios parecidos, ambos livros tomam rumos diferentes. ''Max e os Felinos'' é um livro curto, uma leitura rápido e gostosa e super indicado para aqueles, que assim como eu, ficaram encantados por ''As Aventuras de Pi''. Quem sabe ambos personagens não sejam primos distantes... quem poderá dizer?




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